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domingo, 16 de outubro de 2011

2020: A EXTINÇÃO DOS PROFESSORES

O ano é 2020 D.C. - ou seja, daqui a nove anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação: 
– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O senhor responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas  outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?
– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os “politiqueiros” ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai    me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, algumas mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”.
O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.  
Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E   assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à  escola para estudar a sério.
Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha alguém dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da      educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão – enfim, pessoas sem nenhuma contribuição REAL para a sociedade. (Fim do Texto)
Agora, eu, Eugênio Christi, faço a seguinte pergunta: este texto está dizendo alguma mentira? Ou ainda: alguém tem alguma dúvida de que este futuro está sendo construído agora?
Quando o conhecimento e a educação viraram artigos do capitalismo selvagem, nossa sociedade começou a declinar com mais rapidez.


Não perca a oportunidade de ler este livro:
  
N'Ele, em quem EU SOU!
Eugênio Christi

PS: Recebi este texto de uma amiga no Face, que recebeu de outra amiga; assim sendo, lamentavelmente não posso dar o crédito da autoria do texto. Se alguém souber o autor do mesmo, favor me comunicar. Grato!

1 comentários:

godrow disse...

Na minha concepcao, os professores ja morreram. Nao todos mas a grande maioria, vitimas dessas acusacoes. O professor hoje, se comporta como uma folha ao vento. Tem que acompanhar o ritmo insensato da sociedade e da tecnologia nao restando alternativas. Infelizmente parece que nao exite um "se" houver uma mudanca , um olhar serio para a necessidade da continuidade desta profissao tao necessaria e tao unica. eles estao sucumbindo infelizmente.

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