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segunda-feira, 6 de maio de 2013

NÃO EXISTEM ATEUS COMPLETOS

De maneira alguma este post tem o intuito de recriminar pessoas ou afrontar suas determinações de vida. Tenho amigos que são ateus e nem por isto deixam de serem pessoas idôneas na sociedade. O que pretendo com este post é simplesmente tecer algumas reflexões sobre o assunto.
Antes de qualquer coisa exponho que neste assunto podem-se ter três posturas viáveis: a do Teísmo, do Deísmo e do Ateísmo.
Para o Teísmo o que vale é o Deus da Revelação. Alguém teve uma experiência com alguma divindade e expõe esta experiência para os demais seguirem. Este Deus interfere no Universo e na vida das criaturas.
Para o Deísmo, Deus criou as leis universais e a partir delas o universo e todas as coisas são feitas e seguem seu curso normal. É o Deus de alguns Cientistas e dos Filósofos. Este Deus não interfere no Universo e muito menos na vida de suas criaturas. Tudo segue as Leis determinantes. O primeiro a falar deste tipo de Deus foi Aristóteles, que O considerava o primeiro motor, que deu o impulso inicial a tudo. Newton e Einstein também pensavam de forma Deísta.
E por fim temos o Ateísmo, declarando que não existe Deus algum e que tudo é fruto de Evolução.
Já encontrei muitos ateus, quer dizer, pessoas que se consideram ateias.
Por que digo isto? É que depois de alguns momentos de conversa com alguns ateus, percebi que na verdade o que fizeram foi trocar Deus por qualquer outra coisa: ciência, dinheiro, caos, etc. e tal.
Outro detalhe: muitas pessoas que se consideram ateias, na verdade são apenas anticlericais, são contrárias às igrejas, pois perceberam que estas instituições religiosas em sua maioria são um engodo ou empresas disfarçadas para o enriquecimento de seus líderes. Ou seja, acabam por confundirem Deus com o que as pessoas fizerem dele.
Outra coisa: eu acho estranho que existam grupos de ateus que combatem o que consideram não existir. Isto é, grupos de ateus tentando provar para os crentes que Deus não existe.
Ora, eu não saio por aí combatendo quem acredita no Saci Pererê, por que eu SEI que não existe o Saci Pererê. Só iria combater as pessoas que nele acreditassem se em mim houvesse a possiblidade de sua existência.
O verdadeiro ateu seria aquele que como David Hume, o empirista, ao ser perguntado se acredita em Deus diria: "do que você está falando? Eu não sei do que você está falando". Para o empirista só existe o que é visível e paupável.
Assim sendo, considero os que se acham ateus como apenas AGNÓSTICOS. A palavra deriva do termo grego “agnostos” que significa “desconhecido", "não cognoscível”. Ou seja, agnóstico é aquele que considera os fenômenos sobrenaturais (como Deus, por exemplo) inacessíveis à compreensão humana. Ele não crê e nem descrê; simplesmente fica indiferente a isto por considerar o assunto inacessível ao nível humano. Eu diria que muitos que são ateus na verdade são Deístas, no sentido explicado acima.
Quanto a mim, há muito abandonei aquela ideia de um Deus personificado, como sendo um velho de cabelos brancos sentado numa nuvem no céu, determinando o que os seres devem ou não devem fazer. Minha concepção de Deus tem muito a ver com a Metafísica, esta disciplina filosófica tão negligenciada nos dias de hoje. Neste sentido Deus é o SER, o único que existe e que se manifesta como coisas existentes. Existir vem do latim Ex (para fora) + Sistere (ser), isto é, existir é ser para fora. O SER, a fonte de tudo que há, é o único que é, é o SER de todas as coisas, das coisas que EXISTEM (que manifestam este SER para fora de si mesmo).
Já estou escrevendo um novo livro sobre este assunto e eu sei que irei chocar muita gente.
Uma coisa é certa: não podemos dizer que não exista um princípio inteligente por trás de tudo. Jogue um monte de tijolos para cima e espere cair uma casa pronta. Nem mesmo o maior matemático do mundo pode calcular esta probabilidade.
Para ilustrar isto vou narrar uma anedota que li num texto muçulmano.
Uma vez um sábio muçulmano foi chamado para debater com um grupo de ateus. Esses ateus queriam refutar a existência de Deus, perante esse muçulmano, então o convidaram para seu país. A viajem para lá necessitava que ele tomasse um navio o que demorava um pouco para chegar.
Os ateus então esperaram um dia inteiro e o muçulmano não chegou. No dia seguinte esperaram impacientes e apenas no cair da tarde o navio que trouxe o muçulmano chegou. Os ateus estavam bem chateados e o muçulmano se desculpou e fez questão de explicar:
"Quero pedir desculpas, mas, ontem, o navio que me traria aqui teve sérios problemas e não pôde desatracar e eu fiquei sem transporte. Mas quando eu já estava sem esperança, caminhando no bosque, vi que árvores saíram do solo, sozinhas, e se cortaram em taboas e flutuando foram formando um barco. Pregos apareceram do nada e prenderam as taboas e fios apareceram do nada, se trançaram e produziram essa vela. E, esse navio que se fez sozinho, me trouxe aqui."
Os ateus se entreolharam lentamente, se esforçando para manter a formalidade e o respeito, porém, em uma explosão que não puderam controlar, caíram em uma espontânea gargalhada a ponto de perderem o fôlego.
Eles questionaram o muçulmano: "Nos desculpe, mas nós o chamamos aqui para um diálogo sério, racional, e você nos vem com esse absurdo de barco que se fez a partir do nada. Nos perdoe, mas perdemos todo o respeito por você."
O muçulmano então respondeu: "Mas vocês não me chamaram aqui justamente para me convencer de que todo o universo se fez a partir do nada"?
N'Ele, em quem EU SOU!
Eugênio Christi

1 comentários:

Gustavo Bastos disse...

Pra mim Deus é imanente e transcendente ao mesmo tempo, não levo o Deus-pessoa literalmente, qdo leio sobre Budismo Tibetano o entendo de maneira mais sutil, é a Mente universal, suas leis tangíveis e intangíveis, quanto à refutação dos ateus, acho que todo movimento de pensamento para se afirmar tem que negar o seu contrário, o que não implica em contradição, ao passo que o agnosticismo tem uma parentela com o ceticismo antigo de suspensão do juízo. Tô trabalhando um texto dialético entre os que creem em Deus e o ateísmo que demonstra racionalmente estes entrechoques de confirmação e refutação em torno de um mesmo tema: a questão da morte. Fiz a parte 1, depois vou fazer o embate finitude-infinitude e suas implicações morais e éticas. Abraço Eugenio Christi e bom trabalho.

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