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terça-feira, 19 de julho de 2011

VIVEMOS NUMA MATRIX

No final do século XX um filme roubou o cenário do cinema mundial. A partir de sua performance no cinema, ele passou a ser assunto de reflexão também nos círculos filosóficos. Neo, o personagem principal, sai da Matrix e é considerado o Escolhido que vai libertar os homens de uma tirania virtual.
O que muita gente não sabe é que os idealizadores deste filme se fundamentaram em idéias filosóficas antigas. Buscaram em Platão, nos gnósticos antigos, na sabedoria do budismo e na filosofia de Descartes a idéia de que o que chamamos de mundo real pode não passar de uma mera ilusão, criada por alguém a fim de nos enganar.
E realmente vivemos numa verdadeira Matrix. Mas esta Matrix não é aquela digital e que contém um mocinho metido a Messias dando golpes de karatê. É a Matrix formada pelos padrões mentais da humanidade e de toda a produção cultural vigente. E o Messias aqui tem que ser você mesmo, e ao invés de artes marciais, o que você tem que aprender a usar é o poder do pensamento.
Há muito o homem vive preso. Muitos tutores, depois de terem embrutecido a imensa maioria da humanidade como se fosse um gado doméstico, para que não ouse dar nenhum passo fora de suas diretrizes, mostram a ela o quão perigoso é tentar andar sozinha.
É isto o que quer ensinar Kant ao dizer que existe uma menoridade racional, uma situação onde um indivíduo qualquer deixa de fazer uso de seu próprio entendimento para unicamente seguir a direção dos outros. A não ser que venha apresentar alguma debilidade mental ou qualquer outra disfunção cerebral, o homem é o próprio culpado dessa menoridade, principalmente devido à falta de coragem de servir-se de si mesmo sem a direção da astúcia alheia. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens permanece menor durante toda a vida, esperando que tutores deles tomem conta, ora levando-os até as margens tranqüilas de uma pseudo-segurança, ora levando-os em direção ao matadouro cruel da autodestruição.
Assim sendo, prego com Kant a necessidade do sapere aude, isto é, a necessidade de termos a coragem de fazer uso de nosso próprio entendimento, de tomarmos as rédeas de nosso aperfeiçoamento, assumindo nossa parcela de responsabilidade na saga da evolução. Que a Luz se faça na mente de todos os homens. Porém, nunca sem nenhum esforço. E talvez o maior esforço que possamos fazer em direção à Luz é deixarmos de travar luta contra Ela.
Não obstante, sabemos que a maioria das pessoas ainda por um bom tempo será vítima do medo e da preguiça, deixando-nos diante de uma escolha difícil: ou nos esforçamos por esclarecê-la nem que seja à força, tornando-nos antidemocráticos e acríticos, ou a abandonamos à deriva, correndo o risco de que um dia ela se volte contra nós e nos esmague, pois hoje mais do que nunca a turba é perigosa, visto que o número de seus integrantes aumentou prodigiosamente.
Elevar-se, sair do marasmo da vida, atingir o reino dos gênios e dos homens fortes, eis o grande desafio. A distância que existe entre um Platão, um Newton, um Einstein e o homem comum parece ser bem maior do que a distância entre o homem comum e o gorila. A maioria dos homens não passa de uma mistura de orangotango com astúcia. Aqueles que conseguem ir um pouco além desta mistura vulgar a massa ignara os considera como santos, gênios ou simplesmente demônios. Crucifica-o! Queime-o vivo! Enforque-o! Apedreja-o! Demita-o! São os ecos de desespero dos que ficaram para trás.
Mas aqui cabe uma pergunta crucial: por que tão poucos conseguem se elevar alguns pontos além do que a maioria prescreve?
É que existem dois grandes entraves que se colocam como guardiões das regiões superiores: a preguiça e o medo. Estes são os mais próximos companheiros de jornada do homem comum.
Cada um pode mudar a sua vida a qualquer momento se assim o desejar. Basta coragem, pensamento correto e um pouco daquilo que os iluminados chamam de ideal e os sacerdotes chamam de Fé. Sem Fé nada de bom é feito nesta terra. Mas atentem bem: eu disse fé (confiança/fidelidade ao pensamento unívoco) e não simplesmente crença ou hábito supersticioso. 
Já que pensar é grátis, e ainda por cima não dói, vamos fazer bom uso desta capacidade que o Criador dos Mundos nos concedeu.
Texto retirado de meu livro Pensar Não Dói e é Grátis (Esgotado).

N'Ele, que é Senhor do Pensamento Original, para maior Glória de Deus. Amém, Amém e Amém!
Eugênio Christi

1 comentários:

Gi Zamai disse...

Te dou toda razão, podemos sim, mudar de vida desde que não estamos satisfeitos, mas aí, falta algumas ou todas as coisas que vc colocou, este é o problema. O medo do novo, de ousar, enfrentar adversidades que possam surgir, O medo é inimigo. Ótimo texto. Abraços
Gostaria que desse uma olhada em um blog, tem um texto interessante, vai gostar.

http://danzamai.blogspot.com/2011/07/inversao-de-conceitos.html#comment-form

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